Vítor Gaspar, o Caseiro e a Vaca...

Quando celebrou os seus 15 anos, o jovem Vítor Gaspar (hoje Ministro das Finanças português) vivia no campo e recebeu de seus familiares e amigos alguns presentinhos em dinheiro.
 Reuniu essas economias e pensou em investir. 
 Falou então com um caseiro de seu pai, que lhe sugeriu investir em gado. Averiguou as perspectivas de rendimento a curto e longo prazo, o tratamento adequado, o tipo e custo dos alimentos, as flutuações do preço do leite, a procura e a oferta, enfim ponderou todas as variáveis.
Decidiu então que compraria uma vaca e, mais tarde, quando ela começasse a dar rendimento compraria outra, depois outra e outra... até ter uma manada, depois duas manadas e por aí fora. 
Porém, quando se preparava para fazer a compra, verificou que o dinheiro só chegava para metade da vaca. Foi então que propôs ao caseiro ele entrar com a outra metade do capital e passarem a ser sócios deste negócio tão promissor.
O caseiro ponderou os prós e contras, avaliou o momento económico e  aceitou a proposta do Vitorzinho.
Foram os dois à feira e compraram uma belíssima vaca leiteira.
No dia seguinte, os dois sócios reuniram para combinar as condições de funcionamento da nova empresa.
Vítor sugeriu então ao seu sócio que decidissem qual a metade da vaca que pertenceria a cada um e lavrassem um documento comprovativo. Consideraram então a vaca dividida em duas metades, a da frente e a de trás. 
Num acto de generosidade, Vítor Gaspar deu ao caseiro a oportunidade  de escolher a parte que quisesse.
O caseiro hesitou, disse que "o menino devia escolher primeiro" mas acabou por se decidir pela parte da frente, já que é a mais nobre, onde se situam a cabeça, os chifres, enfim o que define o animal, enquanto a de trás é a parte mais suja, mais saloia, digamos assim...
 Vítor deu os  parabéns ao seu sócio pela escolha feita e lavraram e assinaram o documento de posse da respectiva metade do animal.
Seguidamente, Vítor disse então ao seu sócio:
- Pois muito bem, já que a metade da frente do animal é sua e nela se situa a boca, fica a seu cargo então dar-lhe de comer e de beber.
Sendo minha a parte de trás, toca a mim ficar com o

estrume, o leite e as crias que o animal produzir!

E foi assim que ele começou.............