domingo, 23 de fevereiro de 2014

No comboio descendente

No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada,
Uns por verem rir os outros
E os outros sem ser por nada —
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...


No comboio descendente
Vinham todos à janela,
Uns calados para os outros
E os outros a dar-lhes trela —

No comboio descendente
Da Cruz Quebrada a Palmela...


No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E os outros nem sim nem não —
No comboio descendente
De Palmela a Portimão
...

Autor: Fernando Pessoa

3 comentários:

  1. Minha querida amiga, a vida é repleta de comboios como este... grande Fernando Pessoa, com pouca coisa lá vem um belo poema, bastam alguns sorrindo e outros com sono e pronto.
    Valeu minha querida amiga, adorei!!!
    Beijinhos com carinho!!!

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  2. kkkkk
    Eu adoro este poema porque retrata muito bem a realidade: isto acontece, quando alguém começa a rir contagia toda a gente e se vamos perguntar ninguém sabe porquê kkkkkk
    Isto a mim acontece muitas vezes rsss
    O sono é outra realidade.
    Eu acho graça porque já conhecia isto desde sempre mas nunca imaginei que fosse de Fernando Pessoa, descobri agora kkkk
    Bjinhos no coração

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  3. Também gostei, minha querida amiga, Fernando Pessoa é fabuloso, conheço muita coisa, mas esta não conhecia, é simplesmente maravilhosa. Realmente, ela retrata a realidade com muita simplicidade, esta alegria contagiante acontece em toda a parte do mundo.
    Valeu minha querida amiga!!!
    Beijinhos no coração!!!

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