quarta-feira, 24 de agosto de 2011

És tu! És tu! Sempre vieste, enfim!



És tu! És tu! Sempre vieste, enfim!
Oiço de novo o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
Que Deus criou pra me abraçar a mim!

Tudo é divino e santo visto assim...
Foram-se os desalentos, os cansaços...
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes os espaços!

Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? Não há ninguém!
A Terra? - Um astro morto que flutua ...

Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
Tudo o que é vida e vibra eternamente
É tu seres meu, Amor, e eu ser tua!


Florbela Espanca, Sonetos

4 comentários:

  1. Um dia também serei esse (TU)
    Tenho o mar, tenho a issência
    Corro andando e falo sonhando
    Apenas falta o meu (EU)

    Adorei e como vês fiquei inspirado (serà) ...kkk

    Bjs

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  2. Live
    Não tem como não gostar dos poemas de Florbela Espanca, só mesmo quem for muito insensível.
    Sim, ficaste inspirado...kkk mas estás mais pra Fernando Pessoa: "um dia serei esse TU (...) falta o meu EU"... kkk Complicado!
    Tu levas jeito para a poesia, fazes versos? Só faltava descobrir isso, mas quem é músico geralmente também é poeta, mesmo que não rime.
    Beijinhos

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  3. Com jeito ou inspiração
    Cà estou eu novamente
    Se esse TEU fosse o MEU
    Sim, poeta seria certamente :)

    Não, não faço versos, não gosto de escrever (preguiça) kkkkk.
    Bjs

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  4. Oh mon Dieu... Live, tu andas mesmo inspirado kkk
    Esses trocadilhos... sei não... Continua assim e ainda ganhas o Nobel da poesia, mas sem preguiça ;)
    Podias fazer, está visto que tens veia poética.
    Bjinhos

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